Esta obra foi lançada em 2012 e já vendeu mais de 50 mil cópias, segundo consta no site da Editora Dufaux.

Ermance Dufaux, através da mediunidade de Wanderley Oliveira, conta-nos de forma romanceada como surgiu o Hospital Esperança – colônia espiritual idealizada pelo Dr. Bezerra de Meneses construída e mantida por Eurípedes Barnaulfo e propõe uma profunda reflexão sobre o purismo doutrinário, apresentando as graves consequências dos que optam pelo controle e rigor do espiritismo.

O livro começa com a narrativa do desencarne do Sr. Eurípedes, no ano de 1918, quando o benfeitor recebe a visita de Maria de Nazaré em seu leito de morte.

Um vulto feminino desenha-se em meio ao clarão das energias restauradoras. Vestida em trajes típicos da era cristã primitiva, uma judia de olhos fulgurantes apresenta-se com ternura e serenidade:
-Eurípedes, servo de Cristo, sabes quem sou?
– É tu, Mãe Santíssima? Tão jovial e bela?
– Venho em nome de meu filho amado ( pgs 35 e 36)

Logo a seguir, salta-se para o ano 2000 e a autora passa a narrar as atividades no Hospital Esperança, dando ênfase aos casos de Selena e Marcondes, dois dirigentes de centros espíritas recém-chegados ao plano espiritual, engessados por suas convicções e crentes de serem detentores de muitos méritos.

Na equipe presente neste livro, iremos encontrar novamente os queridos Dr. Inácio Ferreira e Dona Maria Modesto Cravo. Dr Inácio sempre “caçoando” dos espíritas radicais e Dona Modesta tentando ponderar suas colocações.

A ideia central do livro é levar o leitor a uma reflexão sobre o purismo doutrinário, mostrando este movimento como algo desnecessário e que muitas vezes acaba por esconder os grandes dramas pessoais de seus adeptos.

Assim como em outras obras ditadas para Wanderley Oliveira, em Lírios da Esperança contamos com uma visão mais universalista do mundo espiritual. Nos livros de Pai João, por exemplo, já foi dito que nesta colônia existem irmãos católicos, umbandistas e até protestantes, bem como pavilhões exclusivos para dirigentes espíritas “perturbados”, em verdadeiros surtos psicóticos.

No capítulo 18 existe uma circunstanciada descrição dos pavilhões do Hospital Esperança, quando o professor Cícero, utilizando de imagens holográficas, projeta para seus alunos imagens de cada setor, explicando cada um deles.

O Hospital esperança é uma obra de amor, erguida no plano espiritual por Euripedes Barnaulfo, cujo objetivo é prestar abrigo e orientação aos seguidores do Cristo que não conseguiram ou não quiseram adotar o compromisso de vivência de suas mensagens de amor. (pg 282)

Eu gostei muito do livro, por total afinidade de pensamento. Tenho uma visão universalista e verdadeira alergia aos defensores do purismo doutrinário ( que vira e mexe vão me dar lições de moral no Facebook, porque onde já se viu misturar Espiritismo e Umbanda rsss)

Acredito que os admiradores das obras de Dona Modesta, Dr Inácio e Pai João irão se deliciar com este livro, dando boas risadas inclusive.Na página 470, por exemplo, já quase no final da história e depois de receber muitas e muitas orientações, Marcondes ainda insiste no tal do purismo doutrinário e leva um tremendo susto ao saber que seu mentor durante sua última encarnação foi Vovô Zequinha, um espírito iluminadíssimo que se apresentava como preto-velho em um centro de umbanda que Marcondes abominada ♥♥♥

-Andando pelas alas você o reconhecerá. Zequinha foi um dos médicos europeus mais renomados da história do século 19. Sua tenda religiosa em Goiás é um dos postos mais avançados de amor fraternal do Hospital Esperança na Terra. (pg 476)

Infelizmente, e como os próprios benfeitores dizem, os espíritas ortodoxos não acreditarão em nada disso, acusarão o médium de animismo e os espíritos de mistificadores.

O livro possui 500 páginas, diagramação impecável, com letras grandes e confortáveis.

 
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