Lançado originalmente em 1989, trata-se de um clássico da vertente denominada Umbanda Esotérica. Foi escrito por Rivas Neto (Meste Arhapiaga), inspirado pelo seu mentor Caboclo Sete Espadas (Mestre Orishivara).

Rivas Neto foi discípulo de W.W. da Matta e Silva, por quem foi coroado e de quem recebeu a outorga para iniciar novos médiuns. Também é médico cardiologista e fundador da Faculdade de Teologia Umbandista (FTU).

O prefácio de Umbanda, a proto-sintese cósmica é justamente de seu mestre, Matta e Silva:

Esses ensinamentos que o leitor vai encontrar nesta obra foram transmitidos por intermédio dos canais mediúnicos de Rivas Neto, filho do meu “Santé”, ou seja, coroado em nosso Santuário de Itacuruçá. Ele é um Mestre de Iniciação de 7º grau, no grau de mago, e com a outorga do Astral Superior de promover a Iniciação de seus médiuns. (Prefácio de Matta e Silva)

O leitor irá conhecer a visão da Umbanda Esotérica sobre os Orixás, as 7 Linhas de Umbanda, Pontos Riscados e Cantados, Lei de Pemba e demais fundamentos da Umbanda.

Do 1º ao 10º capítulo, encontramos uma descrição detalhada da história da formação do planeta Terra. Os autores defendem que a Umbanda estaria ligada ao movimento denominado AUMBANDAN, que seria a própria proto-sintese cósmica. A 1ª grande raça encarnada, a Raça Vermelha, já detinha conhecimentos sobre AUMBANDAN e teria vivido onde hoje está o nosso Brasil, que na época era chamado de Baratzil.

Reavivando a memória dos Filhos de Fé e dos leitores amigos, resumamos: Em primitivas eras, os conhecimentos e concepções que direcionavam a vida e a evolução da humanidade eram plenamente integrados entre si e consoantes à Lei Divina, constituindo a dita Proto-Síntese Relígio-Científica.
No entanto, através dos tempos, esses conceitos foram fragmentados, deturpados e perdidos, permanecendo vivos apenas no seio das Confrarias Espirituais do mundo astral, ou seja, no seio da própria Corrente Astral de Umbanda e também em raríssimos Templos ou Ordens. Eis o porquê de dizermos que essa Corrente é a Guardiã dos Mistérios que encerram a VERDADE UNIVERSAL. Como dissemos, a Corrente Astral de Umbanda constitui o Governo Oculto do planeta Terra. Dessa forma, ela achou por bem lançar mão de um Movimento que viesse restaurar gradativamente esses conceitos, fazendo a humanidade retomar um caminho evolutivo o mais reto e seguro possível. Assim, tivemos o ressurgimento do vocábulo AUMBANDAN, adaptado como UMBANDA e o surgimento do Movimento Umbandista, ocorrendo o mesmo no Brasil.
O surgimento da Umbanda ou Movimento Umbandista em terras brasileiras certamente não se deve ao acaso. Vimos que o Brasil é o berço da primitiva Síntese. Logo, nada mais natural que seu ressurgimento ocorra no local de sua origem. (pgs 152 e 153)

Destaco ainda a famosa tabela que associa os Orixás aos signos zodiacais, suas cores vibratórias e planetas regentes, utilizada até hoje em muitos terreiros e que foi apresentada pela primeira vez por Matta e Silva em sua obra Umbanda de Todos Nós:

Orixás, cores, signos, elementos e dias da semana

 Apesar dos conceitos super complexos, a linguagem empregada pelos autores facilita a compreensão do conteúdo. Lembrando que a Umbanda Esotérica é apenas um dos muitos segmentos da religião e que os conceitos aqui apresentados podem não ser os mesmos praticados no terreiro que você frequenta. Porém, penso que como estudiosos, devemos conhecer e estudar os livros clássicos da religião a fim de compreendermos sua história e evolução através do tempo.

O formato do livro me chamou muito a atenção, pois é diferente da maioria das obras espiritualistas que já li. É um livro de 30 cm de altura, com o texto escrito frente a frente, lembrando livros universitários. Possui 376 páginas, com várias ilustrações e gráficos.

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Trechos:

O Movimento Umbandista surgiu no final do século XIX, utilizando-se como cenário os cultos miscigenados de negros, índios e brancos, conhecidos como macumbas, candomblés, catimbós, torés, xambás, babassuês, xangôs, etc. Nesse contexto, começaram a se manifestar entidades espirituais, através da incorporação, nas formas de índios (Caboclos) e de Pais-Velhos trazendo as mensagens dos espíritos ancestrais desses povos. O processo do sincretismo facilitou a inclusão da cultura católica pela assimilação dos santos com as divinidades do panteão africano e ameríndio. Logo apareceriam também as entidades que se apresentavam como Crianças, completando o ternário de manifestação mediúnica que serviria de base para a sustentação da doutrina umbandista. Essas três formas de apresentação, Crianças, Caboclos e Pais-Velhos, correspondem a arquétipos do inconsciente coletivo com seus valores intrínsecos — o enigma da esfinge desvendado. Assim, a forma “infantil” representa o início do ciclo e também a Pureza; a forma adulta, de “caboclo”, carrega o valor da Fortaleza e da Simplicidade; e a forma senil, de “pai-velho”, identifica-se com a Sabedoria e a Humildade. Pureza, Simplicidade e Sabedoria Humilde seriam as virtudes a serem cultivadas por todos os umbandistas, bem como regeriam a ética desse setor filorreligioso. No início do século XX, com o médium Zélio Fernandino de Moraes, a Umbanda recebeu sua primeira roupagem, com organização à parte dos cultos afro-ameríndios. Nessa época também surgiu o vocábulo Umbanda para designar aquela forma ritualística monoteísta, que cultuava os Orishas como representantes da Divindade e que tinha as entidades espirituais, que se manifestavam pela mediunidade dos adeptos, como ancestrais ilustres enviados pelos Orishas. A característica mais marcante do culto, nesse tempo, era o fato de ser simples, objetivo, aberto a todos os segmentos sociais, econômicos, religiosos ou étnicos. Desde o início, a abertura universal era estigma da Umbanda. (pg 10)

 
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