Em 1º de fevereiro de 1974 aconteceu um terrível incêndio no Edifício Joelma, na cidade de São Paulo que provocou a morte de 191 pessoas e deixou mais de 300 feridas. Dentre os mortos foram encontrados 13 corpos carbonizados dentro de um elevador e até hoje nenhuma dessas treze almas foram identificadas.

Os 13 cadáveres foram enterrados lado a lado no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina e desde então o local atrai peregrinos que passaram a atribuir supostos milagres às 13 almas do edifício Joelma.

Neste livro o renomado escritor espiritualista Marcelo Cezar, inspirado por seu mentor Marco Aurélio, irá narrar a história de Lina uma das 13 pessoas que desencarnaram dentro do elevador, uma das 13 almas.

O livro começa com o personagem Luís Sérgio, que em seus últimos momentos de vida passa a chamar por um nome desconhecido para sua família: Lina. Logo a seguir, inicia-se um retorno ao passado, mais precisamente no final dos anos 50.

Lina nasceu Durvalina no interior do nordeste, em época de intensa seca. Vivia na mais absoluta miséria. Quando contava com 14 anos, seu pai resolve tentar a sorte em outro Estado. Antes da partida, Lina sonha com Bibiana – sua vizinha recém-desencarnada – que lhe pede que procure e guarde uma pequena jóia de família.

No caminho para a nova vida, a família de Lina se  depara com 2 assaltantes, que matam todos menos Lina. A menina, movida pelo ódio consegue matar Olério e Tenório. Inesperadamente, aparece Aderbal em sua velha caminhonete e lhe oferece carona. Condoído com a situação de Lina resolve levá-la para seu sítio em Téofilo Ottoni, Minas Gerais. Aderbal é casado com Eugênia, que a princípio reluta em ficar com a menina já que havia perdido sua filha Estela recentemente.

Paralela a história de Lina, temos a jovem Melissa que é afilhada de Eugênia e de Aderbal. Melissa mora em Belo Horizonte com a mãe Penha e com o padrasto Jurandir que abusa sexualmente dela. Ao passar as férias na casa dos padrinhos, uma forte amizade começa entre ela e Lina e Melissa acaba contando para a amiga o que Jurandir vinha fazendo a ela.

Além de Melissa e Lina, iremos conhecer a história de Leonor, uma viúva cujo marido perdeu boa parte do dinheiro que tinham com o término dos cassinos. Leonor tem três filhos: Eunice, que há 10 anos está isolada em seu quarto com um grave processo obsessivo; Solange que começou a estudar o espiritismo e com a ajuda de Orlando (dirigente de um centro espírita) conseguem resolver o problema espiritual da irmã; e Daniel, o homem da casa e melhor amigo de Luís Sérgio.

Por necessidade financeira, Leonor e seus filhos se mudam para Teófilo Ottoni e conhecem Neide, uma jovem com uma mediunidade ostensiva que passa a auxiliar todos os personagens da trama.

Entre casamentos, nascimentos e  mortes, a história vai se desenrolando de forma empolgante, muitas vezes num clima de suspense e, aos poucos, o leitor vai descobrindo as ligações entre os diversos personagens até chegarmos ao incêndio do Edifício Joelma.

Ao desencarnar no incêndio, Lina não consegue se adaptar à colônia espiritual.  Cheia de revolta, é levada para seu túmulo. Lá conhece os guardiões João Caveira e Maria Quitéria e passa 38 anos sob a tutela deles, com os quais consegue aprender valiosas lições. Juntos, auxiliam os peregrinos que vão aos túmulos das Treze Almas em busca de milagres.

Conta a lenda que o local onde o edifício Joelma foi construído serviu como um local de castigo aos escravos, entre os séculos XVIII e XIX. Já na década de 40, também ficou conhecido pelo “Crime do Poço” quando um químico conceituado matou a mãe e as irmãs porque elas não aceitavam seu relacionamento com uma enfermeira que não era mais virgem. Ao final deste livro conheceremos as causas de todas essas tragédias.

A narrativa prende a atenção do começo ao fim. São 480 páginas de pura emoção! Foi um dos melhores romances espíritas que já li.

O autor aborda em uma mesma obra vários temas: pedofilia, amor livre, orgulho, problemas de saúde e financeiros, obsessão, lei do retorno, tragédias coletivas e ainda apresenta a ação dos guardiões, conhecidos na Umbanda como Exus e Pombas-Giras.

Para saber mais sobre o incêndio no Edifício Joelma, recomendo:

  • Wikipédia – Incêndio no Edifício Joelma
  • Cercado de mistérios, terreno do Joelma é considerado amaldiçoado
  • Linha Direta – Incêndio no Edifício Joelma 

Sobre os autores:

  • Site de Marcelo César

Trechos:

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No plano astral do centro, espíritos de padres, freiras e médicos transitavam por entre pretos-velhos, caboclos e índios. Era um espaço sem preconceitos, que encarnados e desencarnados frequentavam por afinidade e gosto, com o objetivo comum de promover a ampliação de consciências das pessoas, manter equilíbrio emocional e preservar a paz interior (pg 8)

Quando grandes tragédias estão para acontecer, espíritos no astral são informados com tempo necessário para agrupar os envolvidos encarnados no evento. Pouco antes do acontecimento fatídico, espíritos amigos juntam-se para agrupar os que precisam estar naquele momento, naquele lugar, assim como afastar os que não devem estar ali. (pg 421)

Depois que todos os desencarnados de determinada tragédia são encaminhados, o pronto-socorro espiritual é desfeito, e os espíritos voluntários partem para outro trabalho de resgate. E assim seguem, ajudando e socorrendo, uns unindo-se à corrente de Bezerra de Menezes, outros à de Eurípedes Barnaulfo, de Batuíra, de André Luiz e Meimei ou de Santa Clara. (pg 422)

Na cidade astral, Lina estava contente. Tentava entender  e saber o que ocorrera naqueles anos todos que estivera ausente.
– Foram praticamente 40 anos fora, trabalhando, dedicando-me a uma atividade gratificante, que enriqueceu sobremaneira meu espírito e o marcará positivamente pela eternidade.
– Por isso deixamos você lá, aos cuidados de João Caveira e Maria Quitéria – observou Maruska. (pg 462)

 
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