Resumo: Acompanhando a trajetória de Constantino, Fausta, Jan Huss, Jerônimo de Praga, Ernesto, Elvira, entre outros personagens, Lucius narra a trajetória de espíritos exilados de Capela, que participaram de diversos momentos históricos do Cristianismo, dentre eles o Concílio de Nicéia, a Reforma Protestante e o Espiritismo.
Ao longo de 1700 anos, esses espíritos lutaram pela propagação da verdadeira palavra de Jesus, mas sofreram grande influência dos opositores do Evangelho – seres trevosos que não desejam que a Verdade fosse implantada – e alguns desses personagens acabaram tombando frente as investidas do mal.
As trevas tentaram ( e ainda tentam) impedir a propagação do verdadeiro Evangelho, infiltrando-se entre os líderes religiosos, que devido a vaidade e sede de poder, sintonizam com esses seres e acabam deturpando os ensinamentos do Mestre.
Trata-se de um livro fascinante e que explica muito do que vemos hoje em dia com relação ao fanatismo religioso. Também nos acalma o coração, demonstrando o porque dos sofrimentos, através de exemplos das sucessivas encarnações dos personagens.
Esta obra é uma continuação de Exilados por Amor.
Ficha técnica:
Assunto: Romance espirita
Páginas: 568
Formato: 16x23cm
ISBN: 978-85-89202-10-7
Comentário: O autor espiritual, Lucius, utiliza fatos e experiências reais das pessoas e transporta essas vivências dentro de um cenário de emoções verdadeiras. Através deste recurso, os leitores identificam-se imediatamente com o enredo e os fatos, encontrando refletidos nas páginas do livro seus próprios dramas, incertezas e conflitos. Além disso, suas obras são repletas de ensinamentos presentes no Evangelho Segundo o Espiritismo e no Livro dos Espíritos, buscando conduzir o leitor à reflexão.
Trechos:
Neste trecho, Lucius narra uma assembléia de espíritos do mal, reunidos para deturpar o protestantismo ainda no início:
Nos bastidores daquela guerra entre os cristãos estavam falanges de espíritos renitentes do mal, que insistiam em opor-se a Deus e a Jesus, comprometidos em impedir o progresso da Terra. Autênticos inimigos do bem, agiam de forma muito organizada, buscando sufocar todas as manifestações da verdade.Tinham os homens sob controle por meio dos líderes da Igreja Católica Romana, que, muitas vezes sem consciência, os serviam. Quando a reforma eclodiu, abalando temporariamente seu domínio, estimularam a perseguição e destruição dos reformadores, como forma de impedir-lhes o avanço.Esses espíritos, tramando contra o avanço do bem e da luz, reuniram-se em conselho para avaliar o caminho a trilhar. Extremamente organizados e agindo de modo estratégico e inteligente, discutiam sobre como recuperar o terreno perdido. Entre eles estavam Núbio e seus assessores. O primeiro participava das decisões. Depois de ponderarem a situação e os riscos que ela envolvia para seus interesses de controle sobre a humanidade, um deles comentou:
– Algumas das idéias aqui cogitadas são válidas, mas creio que terão resultado passageiro. Acirrar a perseguição poderá trazer reação ainda maior dos protestantes. Precisamos encontrar outro jeito.
Várias foram as sugestões.
– Estudemos de perto os protestantes e suas fraquezas, que, por certo, todos tem. O orgulho dos homens prossegue sendo nosso maior trunfo.Podemos atá-los aos nossos interesses, desde que os façamos mover-se por ele.
Núbio argumentou:
– Vamos usá-lo, então, a nosso favor.
– E como faremos isso? – questionou alguém.
Depois de curto silêncio, Núbio abriu largo sorriso e falou, irônico:
– Esses protestantes, no anseio de mudar o que vêem de errado na Igreja,apegam-se à Bíblia, não é mesmo?
A concordância foi geral.
– Pois vamos aprisioná-los à letra, afastando-os da essência à qual muitos se ligam com genuína devoção. Transformemo-los em escravos da letra morta da Bíblia, instaurando confusão em suas maneiras de compreendê-la. À medida que se agarrem ao limitado entendimento da Bíblia, em seu zelo pela verdade, poderemos criar entre eles a incompreensão, a desunião e seu conseqüente enfraquecimento. Irão se perder. O orgulho fará o resto, e logo se tornarão nossos servos outra vez
No trecho abaixo, vemos um diálogo entre o casal Deborah e Michael, no século 19, que mostra o pensamento dos protestantes sobre quem são os filhos de Deus; pensamento que perdura até os dias atuais entre os evangélicos.
– O reverendo tem me falado de seus arroubos para ajudar toda e qualquer pessoa, sem avaliar de quem se trata.
– Você parece desconhecer a parábola do bom samaritano. Devemos auxiliar a todos, sem distinção de qualquer tipo. É o que faço.
– Você desafia nossa comunidade, nosso reverendo e até nossa família. Faz tudo o que quer, sem se preocupar com o impacto de suas ações.
– Eu socorro pessoas necessitadas, apenas isso.
– Qualquer uma… Mesmo aquelas que não fazem parte de nossa comunidade.
– Sim.
– Mesmo de outras religiões, que blasfemam contra Deus, não aceitando seus ensinamentos.
– São seres humanos como nós, nossos irmãos.
– Não. São criaturas de Deus, não filhos dele. Somente nós, os cristãos,somos filhos de Deus, e você sabe disso.
– Meu querido Michael, vejo e sinto de modo diverso. No meu entendi-mento, somos todos filhos de Deus, e por isso devemos nos ajudar mutuamen-te.
– Está blasfemando.
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