Resumo: Usando a linguagem própria dos queridos pretos-velhos, Vovó Benta nos relata e analisa diversos casos ocorridos dentro de um terreiro de Umbanda. A leitura é muito agradável e, por vezes, divertida e nos remete a muitos “causos” vividos por nós mesmos no dia-a-dia de nossa vivência mediúnica.
Através desta obra, é possível conhecer e nos aprofundarmos no trabalhos desses abnevagos benfeitores.

Ficha Técnica:
Autor: Leni W. Saviscki
Espírito: Vovó Benta
Páginas: 192
Tamanho: 14×21

Trecho:

 – O meu saravá pra suncê zi fia! Que o grande Zambi abençoe sua coroa!

Esta preta velha, mandingueira e mexeriqueira já andava aflita, na espera dessa conversa com a filha. Nas andanças da vida, estagiando hora na matéria, hora fora dela, negra velha foi colocando no bornal um tanto de experiência. Entre muitos erros e poucos acertos, perambulei por este mundão de meu Deus e senti na pele como o ser humano é viciado ainda em escravizar o outro, em favorecimento de seu ego.

Longe ainda de viver e sentir as coisas do espírito, quais andarilhos, mendigam favorecimentos ou compram milagres, por vezes, endividando-se para o além túmulo.

Os filhos da terra, apesar de tantos alertas, de tantas dores, da porta que se estreita em sua caminhada, assinalando que os tempos estão chegados e por isso é preciso se desvencilhar das quinquilharias amontoadas ao longo da estrada, ainda não conseguem absorver a mensagem do Cristo Jesus. Enrolados no manto do egoísmo sentem-se, ou “supremos e merecedores” ou então “vítimas” e quando as coisas da matéria, únicos tesouros amontoados em suas vidas, sufocam-nos, correm às portas dos templos exigindo que Deus resolva num passe de mágica, suas angústias e desordens.

Acostumados que estão a tudo comprar ou trocar, tentam negociar a troco de algumas velas ou do desfilar das contas de um rosário, uma mudança que a eles pertence, mas que exigiria algum esforço próprio. Quando não, esgueirando-se na noite para não serem percebidos pela sociedade, marcam consulta com magos das sombras, disfarçados de “adivinhadores do futuro”, que usando de elementos e elementares, os ligam a energias densas que atendem momentaneamente seus desejos.

No desespero, quando os sortilégios já não fazem mais efeito, ajoelham-se na frente do caboclo ou do preto velho, ignorantes que são das leis maiores, ansiando sair dali com uma solução mágica nas mãos.

Por zi fia, ensine os filhos a pescar. Evangelize esse povo, mostrando que em cada filho existe uma essência divina, que existem leis que organizam o universo e precisam ser obedecidas. Mostre-lhes  que o milagre, que o céu ou inferno estão inseridos na consciência de cada um e não no mundo exterior. Instigue-os a buscar alegria nas coisas simples, a viver o amor de forma incondicional, a perdoar e principalmente a livrarem-se das mágoas que é o câncer da humanidade.

–        Minha mãe, mas na Umbanda não se costumam fazer palestras elucidativas, pois o atendimento é individual e dado pelos guias incorporados.

–         Filha, a vida exige uma constante mudança de hábitos e costumes para que haja evolução. Para se fazer a caridade é preciso, além do amor, o discernimento, a sabedoria para que não se joguem pérolas aos porcos. Jesus ensinava e exemplificava e só curava àqueles que tinham fé. O que denominavam de milagre, era o amor e a vontade em movimento. Então, movimente o amor e qual Jesus, ensine. Mostre o caminho, dê-lhes o anzol e ensine-os a pescar. Não entregue nas mãos da espiritualidade, a responsabilidade que compete aos médiuns. Sejam nossos parceiros e ignorem a premissa de que, só através da incorporação se faz o trabalho da Umbanda. Estarão amparados e irradiados, desde que se doem com amor e humildade.

 
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