Resenha: Trata-se de uma biografia de Hercílio Maes, escrita por seu filho Mauro Maes. Hercílio ficou conhecido como o médium de Ramatis, espírito cuja visão universalista causou grandes polêmicas no meio espírita nos anos 60 e 70.

Mauro nos conta que Hercílio teve a primeira visão de Ramatis aos 3 anos de idade, mas que começou a psicografar após os 30. Hercílio era formado em Direito e Contabilidade, sendo essa a profissão que exerceu na maior parte de sua vida.Não viveu com fartura financeira e doava o dinheiro procedente  dos livros para entidades de caridade.

Era também universalista e não ficou preso apenas aos conceitos kardecistas, estudando e frequentando a Umbanda, a Ordem Rosa Cruz, a Maçonaria, entre outras.

No livro, algumas de suas encarnações são reveladas, bem como foi confirmada a informação de que Ramatis foi o matemático Pitágoras.

Lembro-me que fui mago na Caldeia, governador de uma pequena região da Assíria, escravo no Egito, discípulo de Pitágoras na Grécia, sacerdote bramânico na ìndia,queimado pela Santa Inquisição em Barcelona, na Espanha, em 1556. Participei do movimento clandestino de imprensa revolucionária na França e, enfim, andei envolvido em movimentos políticos na Itália, em minha última existência. (Entrevista de Hercilio á revista Panorama, 1969)

Hercílio foi médium receitista e trabalhou com radiestesia e, segundo Mauro, era impressionante o índice de doentes curados.

No capítulo 18, temos outra importante informação. Segundo Hercílio, muitos espíritas são reencarnações de clérigos da Igreja Católica e por isso que, em alguns casos, se comportam como verdadeiros inquisidores de tudo que foge a codificação kardequiana. Quando estavam para reencarnar no Brasil, a fim de difundirem o espiritismo, foram advertidos por Ismael – espírito escolhido por Jesus para cuidar do Brasil – sobre os riscos de voltarem ás antigas condutas. Em carta escrita  ao amigo Antônio Plínio da Silva, Hercílio revela:

Tenho boa memória reencarnatória e também de quando vivia no Além, antes desta existência. E ali me recordo das palavras de Ismael a esses mesmos clérigos que hoje labutam e emperram o espiritismo. “Meus irmãos, além do compromisso espiritual de vocês, no tocante a trabalhar pela doutrina codificada como o Espírito Consolador, não se deixem influenciar pelo estigma secular da Igreja, em que se condicionaram por quinze séculos! O movimento espírita, com que vocês irão colaborar, é de libertação de consciências e, acima de tudo, de valores novos e sempre atualizados.” (…) Sigamos, caro Antônio, para frente, nós que ainda estamos tentando estender os braços e fazer tremular a bandeira do espiritismo além da obstinação clericalista- espirítica, com a convicção absoluta e jamais negada de que Allan Kardec é o mais universalista dos homens. Mas os seus continuadores ainda lhe criaram a pecha de fanático, porque enquanto Kardec codificou o espiritismo, os sectaristas fundaram o kardecismo”

A informação de que muitos espíritas são reencarnações de religiosos da Igreja Católica aparece também em diversos livros do Dr. Inácio Ferreira – outro amigo do espaço duramente criticado pelos kardecistas ortodoxos.

Eu sou uma grande admiradora da obra ramatisiana, a qual conheço por completo, tanto via Hercílio, quanto Norberto Peixoto e por intermédio de outras mediunidades. Já ouvi em alguns centros espíritas que Ramatis é um pseudo-sábio, afirmação que discordo totalmente. Suas obras apenas não são compreendidas por todos, especialmente por aqueles que ainda estão presos ao sectarismo – o que não combina nada com a vivência espírita.

Ramatis

Obras de Hercilio Maes, segundo a Wikipedia

  1. A Vida no Planeta Marte e os Discos Voadores (1955, Ramatis)
  2. Mensagens do Astral (1956, Ramatis)
  3. A Vida Além da Sepultura (1957, Atanagildo e Ramatis)
  4. A Sobrevivência do Espírito (1958 Atanagildo e Ramatis)
  5. Fisiologia da Alma (1959, Ramatis)
  6. Mediunismo (1960, Ramatis)
  7. Mediunidade de Cura (1963, Ramatis)
  8. O Sublime Peregrino (1964, Ramatis)
  9. Elucidações do Além (1964, Ramatis)
  10. Semeando e Colhendo (1967, Atanagildo)
  11. A Missão do Espiritismo (1967, Ramatis)
  12. Magia de Redenção (1967, Ramatis)
  13. A Vida Humana e o Espírito Imortal (1970, Ramatis)
  14. O Evangelho à Luz do Cosmo (1974, Ramatis)
  15. Sob a Luz do Espiritismo (1999, Ramatis; obra póstuma)
  16. Ramatis – Uma Proposta de Luz (2003, Ramatis; seleção de trechos das obras anteriores)  

Nas páginas finais, encontramos opiniões de amigos de Hercilio e entusistas das obras de Ramatis, tais como Mariléa de Castro, José Carlos Zanarotti, entre outros.

 
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