Resumo: Nesta obra iremos encontrar a história do Sr. Exu Marabô. A narrativa começa contando a vida de dois jovens que viveram em épocas remotas, antes mesmo do grande cataclisma ocorrido no planeta Terra. Segundo o autor, muitos eram os povos que aqui viviam nesta época. Eles se agrupavam em aldeias interligadas por estradas tortuosas, por onde comercializavam alimentos de sua cultura de subsistência. E todas as aldeias viviam em harmonia. Eram os anciões que tinham o diálogo com as divindades que os orientavam sobre plantio, colheita e cura de doenças.

Numa dessa aldeias vivia o jovem Marab-hô, filho do sacerdote Marab. Quando contava 10 anos, conheceu aquele que viria a ser seu irmão espiritual, Luci-Yê-fér-yê. Ambos foram iniciados pelo Orixá Oxossi e escolhidos para encaminhar os espíritos que viriam de Capela. Um pouco antes das mudanças que iriam ocorrer na estrutura do planeta, seus familiares e os demais habitantes foram arrebatados, restando apenas os dois irmãos, que assistiram a tudo sob a tutela do Anjo Gabriel.

Neste instante a nova era principia. Todos os habitantes puros da Terra deverão ser conduzidos para outra esfera (…) de acordo com a vontade do Pai Maior, que nos gerou, mas que teve alguns de seus filhos, que habitavam outro plano de vida, renegados e indisciplinados. Agora, eles aqui aportarão e serão depurados seus sentimentos mesquinhos e pobres. (pg 27)

Durante 7 dias aconteceram explosões, , vórtices aquáticos e eólicos, furacões e muitos espíritos subiam e outros desciam  

Cada vez que uma daquelas pobres almas caía, tomava um corpo e este imediatamente se levantava e saía correndo

No 8º dia os jovens se reuniram com Gabriel que lhes ordenou a cada um fundar uma aldeia e assim eles fizeram.  Marab-hô reuniu diversos viventes e fundou a sua aldeia, deixando-a próspera e harmoniosa. Casou-se com Sah-ra-tiê e estava prestes a ser pai. Já Luci-Yê-fér-yê não seguiu o mesmo caminho, caindo nas tentações do orgulho e do sexo desvairado. Através de um comando seu, a aldeia de Marab-hô sofre um ataque e Marab-hô perde esposa, filho e muitos de seus subordinados. Gabriel o aconselha a não reagir, mas Marab, enlouquecido de raiva, segue até a aldeia de seu irmão e acaba sendo assassinado. Como seu coração estava repleto de mágoa, acaba indo para o umbral.

Depois de muitos anos nas trevas e amparado por Gabriel, Marab passa a estudar e resolve auxiliar outros espíritos sofredores, criando o seu próprio reino. É então convidado a reencarnar como rei do Egito, mas fracassa e ao retornar à patria espiritual tem que começar tudo de novo, passando a adotar o nome de Marabô.

É então designado para ser um dos guardiões de Jesus durante sua missão na Terra. Mais tarde, foi chamado para ser o descobridor da terra que iria ser o seio de duas novas religiões, o espiritismo e a umbanda. Também retornou como um padre jesuíta, que acabou enforcado como herege.

Já seu irmão, adotou o nome de Lúcifer e arrependido que tudo que fez, foi ordenado pelas Leis Divinas a ser um esgotador de carmas.

Depois que percebeu o erro que cometeu, ele agora é um dos principais representantes do Poder de Deus nas trevas. Com ele, estão outras seis serpentes que, como ele, caíram e jamais sairão de lá, até que toda a raça humana se refaça dos erros e não haja mais pecadores. (pg 26)

Ficha Técnica:
Autor: José Augusto Barboza
Páginas: 144
Gênero: romance umbandista

Comentário: No começo, achei a história muito fantasiosa, mas no decorrer da leitura as informações foram fazendo sentido e não destoavam de fatos históricos já narrados em outras obras espiritualistas. Posso dizer que o autor foi além do que estamos acostumados a ler sobre a criação do planeta Terra e a vinda dos exilados de Capela. É um livro para reflexão. Salve Marabô. Laroyê.

Trecho:

Deveríamos formar falanges de guardiões, de todos os mistérios, para acompanhar o grande enviado. Preparamos tudo, conforme nos foi instruído. Limpamos todo os orbe terrestre, desvitalizamos todo o mal que estava impregnado no ser humano daquela região e recolhemos todas as lervas. Tudo foi extremamente limpo e preparado para o encarne do ungido, que antes de assumir seu corpo carnal se reuniu conosco. Confesso que nunca vi tanto amor em um único ser. Lá estávamos todos nós, grandes guardiões do embaixo, para não dizer inferno, assentados à esquerda d’Ele e os anjos, arcanjos e as variadas entidades de luz, à direita.

 
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