Este romance espírita foi lançado em 2008 e é de autoria de Marcelo Cezar, inspirado pelo espírito Marco Aurélio. Trata das mudanças comportamentais ocorridos no final dos anos 80 após o advento da AIDS. Fala sobre homossexualidade, homofobia, espiritualidade e amor.

Iremos conhecer as histórias de Sérgio e Roberto, dois rapazes homossexuais e suas trajetórias.

O livro começa com Sérgio recebendo o resultado positivo para o vírus HIV.  Ele passa então a se recordar de sua vida, dos amores e amigos que fizera em sua jornada. Sérgio nunca se aceitou como homossexual. Sempre viu a homossexualidade como algo errado. Cláudio, seu melhor amigo, muitas vezes tentou mostrar-lhe que nada havia de errado em sua orientação sexual. Os dois eram como irmãos, mas Cláudio nunca aceitou a relação de Sérgio com Vicente, um comissário de bordo bonitão e totalmente infiel.

Já Roberto, bem mais jovem do que Sérgio, foi rejeitado pelo pai, sofreu agressões de seus colegas na adolescência, mas encontrou nos irmãos Ricardo e Eliana e na amiga Leila o amparo de que tanto necessitava. Saiu de Jundiaí com cerca de 18 anos de idade para morar com Eliana em São Paulo e estudar medicina. Conseguiu passar no vestibular e se dedicou tanto aos estudos que obteve uma bolsa em uma universidade de Paris, justamente para estudar sobre o vírus HIV.

O destino dos dois rapazes se cruzariam muitos anos depois. Dr. Roberto, infectologista renomado iria tratar de Sérgio, no momento em que os medicamentos antirretrovirais estavam começando a surgir.

Sérgio estava muito traumatizado, pois viu seu namorado Vicente e muitos outros amigos serem consumidos pela AIDS. Vicente se descobriu soropositivo em uma época em que não existiam os testes e nem medicamentos eficientes e os portadores do vírus morriam em pouco tempo.

Mas Roberto deu esperanças a Sérgio e mostrou-lhe novos horizontes, especialmente no tocante a aceitação de sua sexualidade.

Apesar da temática delicada, a trama não é baixo astral; muito pelo contrário. O autor narra diversos fatos históricos tais como o surgimento da doença nos Estados Unidos, a disseminação pelo mundo, o medo e o preconceito, as primeiras descobertas científicas, o advento do coquetel e as mudanças que se fizeram necessárias como relação a prática do sexo seguro.

Trata-se de uma história linda, comovente e muito esclarecedora. Em muitos momentos encontramos esclarecimentos sobre a homossexualidade, que demonstram que não há nada de errado nesta orientação sexual, que é apenas um estágio evolutivo do espírito e que a AIDS não apareceu como um castigo divino para a comunidade gay.

E o final dos personagens principais é surpreendente!

Ficha Técnica:
Ano de lançamento: 2008
Editora: Vida & Consciência
Edição atual: 1a
Reimpressões: 3 | 50 mil exemplares
Páginas: 464

Trechos:

O romance A última chance, escrito por Marcelo Cezar e ditado pelo espírito Marco Aurélio, traz uma emocionante história que tem como cenário as transformações comportamentais provocadas pela ameaça da AIDS, no Brasil, a partir da década de 1980. Longe de ser um drama que trata da doença como uma fatalidade, a leveza da narrativa de Marcelo Cezar, o autor de bestsellers como Para sempre comigo, O preço da paz e Só Deus sabe, propõe a quebra dos tabus e dos preconceitos que envolvem os portadores do vírus HIV( Sinopse)

Dentre os muitos livros que desenvolvi em parceria com Marco Aurélio, este em particular foi-me difícil de escrever. Motivo? Bom, na década de 1980 o mundo entrou em verdadeiro pânico e nunca mais seria o mesmo. A AIDS era doença desconhecida, causada por um vírus também desconhecido. Jovens homossexuais ao redor do mundo padeciam da doença. Algum tempo depois, heterossexuais começaram também a morrer do mesmo mal. A AIDS deixava de se tornar o câncer gay e não tinha preconceito em relação à cor, raça, classe social ou orientação sexual. Tornou-se uma doença que atormentou a todos. As lembranças voltaram vivas em minha mente, porquanto a minha geração pegou a AIDS de frente, e muitos foram os amigos queridos e conhecidos que morreram na carona da doença. Foi só mais no finzinho daquela década que se fabricou a primeira droga para tentar controlar a doença que matava de imediato ou condenava o portador do vírus à morte certa. O remédio combatia o vírus; em contrapartida, os efeitos colaterais da medicação eram terríveis. Muitos preferiram deixar-se morrer a tomar o remédio. Este livro é um romance que trata de AIDS e homossexualidade, de preconceito e homofobia, fala de dor, rejeição e sofrimento. Entretanto, trata, acima de tudo, de respeito a todos os seres deste nosso mundo, independentemente de sua orientação sexual. E de amor, pois o amor é capaz de verdadeiros milagres, inclusive cura física e, em último caso, cura do espírito. Afinal de contas, o amor cura todas as feridas. O amor está acima de tudo.(Introdução)

— Sim. Estamos nos olhando como seres maus, imperfeitos, moralmente condenados.
— E não somos? — indagou Vicente.
— Não. Se Deus é perfeição e se Ele nos criou assim, então a homossexualidade é algo divino.
— Isso é um absurdo! Dizer que ser gay é coisa de Deus?
— E por que não? Você está enxergando a homossexualidade do ponto de vista da moral humana. O homem criou os tabus sobre sexualidade. Não podemos mais aceitar que somos imperfeitos e maus. Chegou a hora de mostrar à sociedade que, mesmo que essa doença tenha aparecido em nosso caminho, somos dignos de aceitação, de respeito e de amor.
— Eu me sinto errado.
— Não deveria, Vicente. Somos seres perfeitos, amados e protegidos por Deus.
— Se eu fosse mesmo protegido por Deus não estaria assim. Fui afastado do emprego e, mesmo que queira voltar, quem vai querer ser atendido por um comissário de bordo aidético?
— Você se coloca muito para baixo. Maltrata a si próprio enchendo sua cabeça de pensamentos ruins a respeito de sua sexualidade, como pode querer que a vida o proteja? Você não se dá o respeito, como pode querer que a natureza o respeite? 

 
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