Afinal, o que tem na Bíblia que faz com que as religiões ditas cristãs rejeitem com tanta veemência a homossexualidade? O padre, teólogo e psicólogo Daniel A. Helminiak faz uma análise das três mais famosas passagens bíblicas que condenam a relação homoafetiva: o pecado de Sodoma, a abominação do Levítico e a Epístola aos Romanos; demonstra também as desvantagens da interpretação literal das escrituras, os erros de tradução, as metáforas empregadas e sugere uma interpretação histórico-crítica dos textos bíblicos.Cita um provável envolvimento amoroso entre Jônatas e Davi (1 Samuel 18:1-4) e Rute e Naomi (Rute 1:16-17)
Com uma visão afetiva e humanitária, mas também acadêmica – própria de um PhD – esta obra de Daniel A. Helminiak tem por finalidade aliviar culpas e aproximar os homossexuais de seus entes queridos e de Deus.
Apesar de não ser uma obra da lavra espírita, considerei fazer esta resenha a fim de auxiliar irmãos católicos e evangélicos que estejam em conflito entre sua orientação sexual e a religião. O livro é fininho, com apenas 134 páginas mas traz uma mensagem de paz, de amor e esperança, fruto de um estudo sério e sistematizado, redigido por alguém que conhece a Bíblia profundamente. Que Deus o abençoe Padre Daniel!
Trechos:
Muitos daqueles que são homossexuais foram educados para acreditar na Bíblia, e aprenderam que ela condena a homossexualidade. Ficam realmente num beco sem saída. Suas famílias e amigos, que sabem que eles são boas pessoas, também se sentem num beco sem saída. Parece que os homossexuais devem optar entre desistir de sua religião ou – o que parece ser impossível – desistir de sua sexualidade. (pg 20)
Será que os homossexuais são um erro? Mas neste caso, Deus deve ser mau ou deve estar pregando uma peça cruel e isso não é possível. Deus não erra, então deve haver uma outra resposta ! O erro deve estar na forma pela qual a Bíblia é lida. (pg 22)
O estudo histórico-crítico da Bíblia geralmente coloca por terra algumas interpretações tradicionais e levanta questões muito sérias sobre a religião e a sociedade. Não é de surpreender que as igrejas hesitem em usá-lo. Em certos casos, elas ficam a se perguntar o que devem ensinar. Também não é de surpreender que o fundamentalismo tenha adotado uma linha mais dura. Os novos dados históricos podem fazer com que a compreensão tradicional da religião se dissolva ante nossos próprios olhos. É importante avaliarmos quão delicada é esta questão da interpretação da Bíblia.
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